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domenica 24 maggio 2015

Nota-se na língua inglesa um grande número de vocábulos emprestados do normando, língua latina aparentada ao francês, considerada em certos aspectos como um seu dialeto. Tais palavras, quando observadas atentamente, destacam-se por alguns motivos, entre eles o seu "destacamento" em relação à estrutura, a transparência com que demonstram os morfemas a si adjuntos e, consequentemente, com a sintaxe.

A grande maioria dos verbos regulares da língua inglesa é de origem latina. Acopla-se-lhes o sufixo "-ed" para formar seu passado simples e particípio passado. Os verbos irregulares, por outro lado, têm formas "opacas" em relação à sua função e frequentemente confundem-se entre os estudantes de inglês os dois tempos verbais mencionados, fato que faz com que incorram em erros gramaticais.

Diverso e muito interessante é o que se pode inferir, de modo geral, desta característica da língua germânica. Pode-se, por exemplo, especular que as línguas com estrutura mais regular e que dão maior aparência de serem "esquemáticas" são aquelas cujo léxico é mais permeado por palavras de empréstimo e neologismos, como por combinação de palavras da própria língua. Imagino que tal se deva ao fato de adicionar-se naturalmente os sufixos que darão sentido à palavra da língua fonte na língua original, enquanto que os componentes morfológicos visíveis de palavras arcaicas se perdem no tempo sob o processo das mudanças fonológicas.

Note-se a grande transparência morfo-sintática presente em pidgins e crioulos, casos particulares devidos a um processo semelhante ao acima descrito, de maneira generalizada.

Outro algo que se pode imaginar possível, a partir do que se constata, é o possível uso pedagógico advindo do uso de tal vocabulário no ensino de línguas estrangeiras. De fato, esse tipo de transparência é uma das maiores vantagens alegadas em línguas auxiliares artificiais, desenhadas para serem de fácil aprendizado.

Uma questão um pouco mais abstrata que me ponho é, ainda que já fugindo ligeiramente do abordado: Seriam as línguas, nas suas formas mais arcaicas, mais próximas de suas gêneses (se é que isto existe, ou ainda pelo menos em sua forma literária) dotadas de uma "aparência" mais transparente ou mais opaca, da qual se derivariam os morfemas mais fundamentais? Seria algo cíclico?

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